Ao apresentar um cenário sobre a atual situação do ensino nas IES (Instituições de Ensino Superior) do País, Borges disse que é preciso parar de reclamar tanto da realidade e fazer algo que muitas vezes depende muito mais de quem está reclamando. “Educação é algo que temos que fazer com paixão e esforço. Onde tiver tecnologia, ótimo! Vamos fazer uso. Mas, onde não tiver, vamos trabalhar também. Nosso desafio é correr atrás e fazer o melhor com o que temos”, alertou.
 Análise situacional
 Atual ensino nas Instituições de Ensino Superior no Brasil:
 *Classes lotadas: metodologia de ensino de massa;
 *Mesmo conteúdo transmitido ano após ano: Falta de atualização de conteúdos e aplicações;
 *A memória é mais importante que o raciocínio e a imaginação;
 *A memória é a função mental básica para avaliação de aproveitamento;
 *Pedagogia baseada na ideia de transferência de conhecimento;
 *Grau de conhecimento transferido é medido apenas por provas individuais;
Perfil do jovem atual:
 *Não tem paciência para estudar/trabalhar;
 *Hiperatividade: executa múltiplas tarefas simultaneamente;
 *Usa controle remoto como uma metralhadora;
 *Possui uma mente seletiva para excesso de informações;
 Utiliza várias mídias com grande desenvoltura: TV; celular, computador, internet, facebook, twitter; google talk, etc;
 *Não sabe obedecer a ordens;
 *Possui síndrome de motorista de taxi (sabe tudo);
 *Dificuldade em comunicação escrita e conhecimentos gerais.
Confira palestra Workshop de Educação e Pesquisa do Estado de São Paulo, abordando o tema Inovação Acadêmica e Tecnologias Aplicadas ao Ensino de Engenharia, com pontos de destaque para o ensino de maneira geral: https://www.youtube.com/watch?v=UupR7F
E como inovar no ensino?
Apresentando opções e ferramentas de inovação, aplicadas dentro e fora do Brasil, o professor cientista Messias Borges da Silva destacou que, antes de aplicar as mais diversas alternativas existentes, é importante que o educador desça do pedestal e mude o modelo tradicional de ensino, centrado apenas no professor, para o método em que o aluno é o mais importante, colocando-o como figura central do trabalho, pois se o estudante não aprende, a culpa não é dele, mas do docente.
 “O mundo passa constantemente por transformações, e precisamos acompanhar. Os alunos atuais têm certo período de atenção, não conseguem ficar mais de 15 minutos focados. Depois disso, ficam dispersos, geralmente usando celular. São diferentes, e o modelo tradicional não funciona mais com eles, que são mais evoluídos. Precisamos incentivá-los a participar mais de discussões, a resolver problemas que encontrarão na vida real, parando de forçar a barra para que simplesmente decorem fórmulas ou se apeguem em macetes para passar nas provas. Explorar a capacidade criativa para irem além da lista de exercícios leva os alunos muito mais longe, e cabe ao professor encontrar a maneira mais produtiva de fazer isso”, explicou, observando ainda a necessidade de repensar os modelos de conceituação, pois nem sempre notas altas indicam que o aluno está preparado.
Mas ele destacou que, apesar de depender muito da vontade do educador, para desenvolver todas as inovações necessárias à melhoria do ensino, não basta copiar novos métodos desenvolvidos mundo afora. É preciso respeitar as regionalidades, discutir ao máximo as alternativas e ferramentas e, com base nisso, fazer a adaptação. “Estamos formando gente, e isso é muito sério. Por isso, temos que ser educadores de corpo e alma, entendendo que inovar não se trata apenas de ter tecnologia. É encontrar soluções para as necessidades humanas com os recursos existentes”, observou.
 Sete princípios de boas práticas no ensino de graduação:
 1. Incentive o contato entre o aluno e o professor;
 2. Desenvolva reciprocidade e cooperação entre os alunos;
 3. Utilize técnicas de aprendizagem ativas;
 4. Dê feedback imediato ao aluno;
 5. Enfatize o tempo e a dedicação nas tarefas;
 6. Ajude a “pensar alto”, ter metas elevadas;
 7. Respeite a diversidade de talentos e formas de aprendizagem.
 Obstáculos à aprendizagem ativa:
 *Considerações de tempo;
 *Tradição (eu sempre dei aula assim. Aprendi assim);
 *Resistência estudantil no início, no meio e no fim;
 *Falta de apoio e suporte (infraestrutura);
 *Atuação na zona de conforto.
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